A tropa petista vai ao ataque – Opinião Estadão

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A presidente Dilma Rousseff, seu estafe e grão-petistas em geral têm reagido de forma agressiva e autoritária a todo tipo de reparo sobre o modo como o País vem sendo governado. Relatórios e análises que desmintam o cenário róseo descrito pela propaganda oficial logo são desqualificados pelas autoridades federais, como se os críticos – ainda que pertencentes a instituições internacionais importantes – fossem despreparados ou estivessem apenas movidos por má-fé.

É óbvio que os nervos afloram em época de campanha eleitoral, mas o que se espera da presidente é serenidade, pois ela ainda é a responsável pela administração do País. O que se tem notado, no entanto, é um crescente destempero.

O caso mais recente envolveu um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) que colocou o Brasil entre as cinco economias emergentes mais suscetíveis de sofrer os efeitos de outra crise financeira global. As demais seriam Índia, Turquia, Indonésia e África do Sul. Segundo o relatório, esses países estariam vulneráveis em razão de inflação alta e rombo nas contas internas e externas, entre outros problemas. No caso específico do Brasil, a situação das contas externas é qualificada de “moderadamente frágil”.

A resposta do governo a essa análise correta dos fatos foi truculenta. “Não faz sentido a conclusão desse relatório”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Para ele, uma instituição respeitável não faria uma análise dessas e o estudo só pode ter sido elaborado “por uma equipe do FMI que eu não sei quem é”.

O ímpeto petista para desqualificar os críticos já chegou às raias do ridículo. Em fevereiro, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) propôs um voto de censura contra o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) depois que este incluiu o Brasil entre as economias vulneráveis. Segundo Gleisi, o relatório do Fed usou uma metodologia inadequada “para se chegar a conclusões confiáveis”. Na mesma sessão do Senado, outro petista, José Pimentel (CE), resumiu tudo ao dizer que o Fed é simplesmente incompetente.

Esse estilo arrogante é o mesmo que marcou a reação ao já famoso boletim do Santander, no qual o banco alertava os clientes que, se Dilma subir nas pesquisas, poderá haver “deterioração de nossos fundamentos macroeconômicos”.

Embora apenas retratasse o ambiente carregado do mercado e dos investidores graças aos sucessivos erros cometidos pelo governo, o texto foi tratado por indignados petistas como “terrorismo eleitoral”. Descontrolado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a exigir a demissão da analista que elaborou o boletim, recorrendo a palavrões para desqualificá-la.

Já a presidente Dilma, em lugar de apaziguar os ânimos, seguiu toada semelhante, ao dizer que vai tomar uma “atitude bastante clara em relação ao banco” – ameaça que ficou pairando no ar – e acusou o Santander de “interferência” no processo eleitoral. O desequilíbrio é evidente.

Outro caso recente em que o governo tratou de desmerecer informações que contradizem o alardeado sucesso de suas políticas ocorreu na divulgação, pela ONU, do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que envolve expectativa de vida, escolaridade e renda média. Segundo a organização, o Brasil aparece em 79.º lugar entre 187 países, tendo subido apenas uma posição em relação ao ano anterior. O ligeiro avanço foi encarado pelo governo como uma ofensa.

Nada menos que três ministros convocaram a imprensa para contestar os números usados pela ONU. Se os dados estivessem atualizados, disseram eles, o Brasil apareceria em 67.º lugar. Não é a primeira vez que o atual governo critica as contas do IDH – para as autoridades, se o índice não refletir os extraordinários avanços sociais patrocinados pelo lulopetismo, então ele só pode estar errado.

Diante desses casos, fica claro que o governo não pretende se limitar a rebater avaliações e números negativos. A tropa petista está de prontidão para ir além, desacreditando com agressividade todo aquele que representar o contraditório. Recordando Dilma: “Nós podemos fazer o diabo na hora da eleição”.

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‘José Ribamar Ferreira de Araújo Costa’ ou ‘José Sarney’ – ele soube governar o Maranhão e o Brasil ? – por Moacir Pereira Alencar Junior

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José Ribamar Ferreira de Araújo Costa nasceu em Pinheiro (MA) em 1930. Adotou o nome Sarney em homenagem ao pai.

Advogado, governou seu estado entre 1966 e 1971. Vice-Presidente de Tancredo Neves em 1984,  assumiu a presidência em 1985, devido à morte do titular.

Em seu governo foi reestabelecida as eleições diretas, foi promulgada a nova Constituição e foi implantado quatro planos econômicos sem sucesso.

Em 1986, o governo Sarney lançou o Plano Cruzado, o primeiro de uma série de programas para combater a inflação. O cruzeiro foi substituído pelo cruzado, os preços foram congelados e os salários reajustados pela média dos últimos seis meses.

Inicialmente os resultados foram bons, o que contribuiu para a vitória esmagadora do PMDB nas eleições, quando o partido ganhou todos os governos estaduais, exceto o de Sergipe, e a maioria das cadeiras na Câmara dos Deputados e no Senado.

Mas no início de 1987 a inflação disparou. O governo Sarney lançou outros três planos de estabilização da moeda que foram fracassados.

Em 1966, José Sarney assumiu o governo do Maranhão e encomendou um vídeo sobre sua posse. O cineasta Glauber Rocha fez o filme, sobrepondo ao discurso inflamado do futuro presidente do Brasil as imagens da dura realidade do pobre Estado nordestino.

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Durante o governo de José Sarney (1985-1989), a Inflação foi um flagelo para a população brasileira. Os trabalhadores tinham os salários constantemente corroídos, apesar de práticas de antecipação dos salários e reajustes trimestrais e até mensais de salários.
Planos como o Cruzado e o Cruzado II (respectivamente em fevereiro e novembro de 1986), o Plano Bresser (1987) e o Plano Verão (1989) fizeram com que aquela década ficasse conhecida como a “década perdida” na economia e também nas questões sociais.
Mais de quarenta anos após sua posse como Governador do Maranhão, o PIB per capita maranhense, de R$4.628 (em 2006), é o segundo mais baixo do Brasil, atrás apenas do estado do Piauí. O índice de mortalidade infantil é alto – 39,2 por mil nascidos vivos – a segunda pior taxa do país, só superada pela taxa do estado de Alagoas.
Apesar do desenvolvimento alcançado em alguns setores econômicos, o Maranhão ocupa a última posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro. Realmente algo mudou após 40 anos, conforme visto no filme de Glauber Rocha? Ou será que tudo continua como sempre esteve ?
O mais estarrecedor é saber que sua filha, Roseana Sarney, tomou posse do Governo do Maranhão em 17 de  abril deste ano, uma vez que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou o mandato do candidato eleito nas eleições, Jackson Lago e de seu vice, Luís Porto. E  Sarney continua ‘firme’ e ‘forte’, ocupando o cargo de presidente do Senado, cargo este que ele ocupa representando o estado do Amapá, isto mesmo, o estado que ele criou na Constituição de 1988, e não o Maranhão, pelo qual ele prometeu lutar por melhorias em seu discurso de posse de governo há exatos 43 anos.